Ah! Ela teima em ficar mais distante a cada dia. Mas as lembranças são combustíveis para mantê-la viva nas minhas memórias. Muitas vezes, mergulhado em pensamentos que me levam aos meus verdes anos, tenho plena consciência de que fui um privilegiado.
A intensidade de uma juventude lúdica, carregada nos prazeres inerentes à idade, como dançar, cantar, tocar, beber, conversar, namorar, como também jogar futebol, foram verbos bem conjugados na minha rotina de pouquíssimas preocupações ou quase nenhuma.
Bem, a grande importância disso tudo, foi a companhia dos amigos e amigas que comungaram comigo nessa grande trajetória festiva, que teve como território geográfico principal, a minha amada cidade de Custódia.
Mas, confesso que o objetivo maior de estar escrevendo essas linhas é justamente para fazer uma homenagem, “in memoriam”, ao saudoso casal Seu Chiquinho e Dona Pura.
O bar de seu Chiquinho foi um local emblemático a toda aquela moçada, ávida para iniciar as reuniões etílicas durante as férias estudantis ou nos grandes feriados, quando íamos da Capital para Custódia, geralmente aventurando caronas na BR 232.
Quero fazer um preito de gratidão ao casal que, por quase uma década, foi tão generoso com todos nós. Seu Chiquinho, obrigado por segurar tantos “pinduras” dessa turma tão descapitalizada, mas, que no final dava tudo certo. E o fígado que Dona Pura preparava com tanta maestria? Inigualável.
Ainda hoje guardo lembranças daquele sabor de um tempero mágico no paladar da memória. Havia com certeza algum segredo naquela iguaria. Ali tinha uma ciência. Todas as vezes que retorno à minha cidade, passo naquela rua com casas totalmente modificadas, e fico procurando identificar o local onde fomos tão felizes.
Gratidão ao Seu Chiquinho e Dona Pura, pela paciência e por nos acolher tão bem naquele local inesquecível para todos nós que fizemos parte daquela juventude dourada dos anos setenta.
Jorge Remígio
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