Gratidão.
Esse é o meu sentimento pelo grande homem público Nemias Gonçalves de Lima, ex-prefeito do município de Custódia.
Partiste sem se despedir da tua Custódia, desta terra que amavas e que seu povo aprendeu a amar-te. Conhecia todos os recantos deste município e sabia das necessidades de cada um e da sua gente. Como não saber, se governou por doze anos! Três mandatos, um privilégio que só ele conseguiu, tamanha façanha. Hoje me reporto a Bíblia Sagrada para mostrar a semelhança do personagem bíblico Neemias, que governou Jerusalém por doze anos, que pela sua habilidade de líder e administrador, chegou a governador.
Meu amigo, você escreveu as mais belas páginas no livro da história de Custódia. Destaco o cuidado e a preocupação com a educação, com a saúde, com a cultura e com o homem do campo. Nos distritos, sempre se fez presente. O servidor foi respeitado e valorizado. Os cargos de confiança, com seus respectivos trabalhos, sob sua coordenação, conduziram para a unidade e sucesso da gestão. Lembro quando estive secretária de administração e lhe levava algumas situações complicadas para resolver. Ele dizia até num tom engraçado a seguinte frase: “o coco é doce mas não é mole”, dona Nenê. Com isso, mostrava que a estrutura que rege a administração pública requer cautela e que nem tudo se pode fazer. Lembrei ainda do nosso cartão-postal, a Praça Padre Leão, um dos projetos mais bonitos que já vi, com suas palmeiras imperiais embelezando e dando um toque de majestosa, merecedora de respeito e de cuidado. A “dança” das palmeiras com o sopro da brisa vai levar as nossas preces ao Altíssimo para que Ele cuide de ti, como cuidaste dos pobres, conforme a lei maior.
Eu também senti uma saudade doída quando reprisei os comícios, a festa da alegria, a festa do povo que cantava: vermelho, vermelhaço, vermelhusco, vermelhão. O velho comunista se aliançou ao rubro do rubor do meu amor. O brilho do meu canto tem o tom e a expressão da minha cor (vermelho)... Hoje essa música será eternizada como hino que pelo seu batuque se chegava à vitória: e o fogo de artifício da vitória sempre avermelhou.
Amigas: Lúcia, Luciara, Carla e Fernanda, posso imaginar a dor que estão passando. Ela é tão grande que dói a alma e nenhum remédio humano é capaz de curá-la. E o único remédio eficaz, mas que não é fabricado pelo homem e sim pela graça da fé, é a oração. Neste momento, tudo parece perder o sentido. E fica pequeno diante de tão grande sofrimento. Só a oração que vai suavizar essa dor, minhas amigas. Meu pesar é extensivo aos genros e netos Arthur e Laura.
Estou muito triste! E como gostaria que tudo isso não fosse verdade! Meu sentimento também é de gratidão. Tinha uma estima muito grande por Nemias, pela confiança que me atribuiu quando me conferiu a pasta da administração do município, dentre outras funções que foram confiadas a minha família. Sou e serei eternamente grata.
Abraço fraterno!
Custódia, 04 de junho de 2020.
Lindinalva Almeida (Nenê)
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