Parabéns Para o Prefeito - Por José Melo

João Miro

José Soares de Melo
Recife-PE
Agosto/2013


Como disse na anteriormente, o caso do assalto em Custódia gerou um fato no mínimo curioso, do qual fui participante. Naquela época o Prefeito era João Miro, conhecido por suas tiradas irônicas, de quem fui Secretário. 

Foi no dia 02 de fevereiro, data de seu aniversário, se não me engano. Desde a ocorrência do assalto, o Prefeito vinha tentando a todo custo, conseguir com que o então Governador Eraldo Gueiros – que era seu amigo do tempo em que o mesmo residira em uma Fazenda de Custódia, lá para as bandas de Várzea Velha. 

Tentou, mas não conseguiu. Até que no seu aniversário ele deu o troco a Eraldo Gueiros. O Governador, como de praxe, passou um telegrama apresentando os parabéns pelo aniversário de João Miro. Li o telegrama para ele: 

“Receba caro amigo e Prefeito João Miro, sinceros parabéns pelo seu aniversário.” 

Ao final ele falou entre sério e brabo: 

- “Sêo Zé Melo, eu quero que você faça um telegrama para o Doutor Eraldo. Eu seu que você gosta de escrever bonito, mas esse telegrama eu quero que você faça exatamente como eu disser, letra por letra.” 

Como manda quem pode e obedece quem tem juízo, apenas anotei todas as palavras que o Sr. Prefeito mandou e remeti para o Campo das Princesas. O telegrama passou de mão entre o Secretariado, por sua redação, digamos, pouco usual. Estava assim redigido, letra por letra, conforme exigência do Sr Prefeito João Miro: 

“Doutor Eraldo. Agradeço os parabéns, mas o que eu queria mesmo, era que o senhor trocasse o Delegado de Polícia, pois o que tem aqui não serve nem para botar o penico de um homem no Mato. Assinado João Miro da Silva”.

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1 Comentários

Meu primeiro emprego, depois de ser desligado da construção do Açude das Marrecas, aonde era "meio cassaco", foi no Bar de "Seo" João Miro. Anexo ao posto de gasolina. Emprego este que tinha como particularidade, ter apenas um dia de folga por ano. Às sextas feiras da paixão.
Seu João era um homem calmo e doce. Mas, um esporro de João Miro doía mais do que uma surra de cipó de mussambê.
Fernando Florencio
Ilheus\Bahia