Adolfo Regino de Souza - Um militar que honrou sua farda à serviço da sociedade


Adolfo Regino de Souza, conhecido como Adolfo Soldado pela maioria dos nossos conterrâneos, nasceu na Fazenda Ema, distrito de Nazaré do Pico, Floresta-PE, em 13 de março de 1937. Era o nono (9º) filho de uma família de 12 irmãos. Uma criança saudável e divertida, desde cedo, ajudava seus pais, João Regino e Maria Trindade, e seus irmãos, nos serviços da roça e com os animais. A família humilde, priorizava a educação dos filhos, acreditava que esse era o caminho do crescimento. Assim, ele estudou na Fazenda Ema, destacava-se como bom e inteligente aluno.

Na adolescência e inicio da juventude, continuava trabalhando e se fazia presente em festas da região. Bonito e exímio dançador, participava dos forrós de pé de serra, escolhendo as mais belas jovens para dançar. Foi então, que conheceu a jovem Nilza e daí nasceu um grande amor, vivenciado até o ultimo minuto de sua vida. Abençoados por Deus, pelos pais e irmãos, casaram-se na Igreja Nossa Senhora da Penha, em Serra Talhada. Dessa união nasceram quatro filhos: Cláudia Regina Nogueira Marinho, Clélia Regino Amaral Nogueira, Adolfo Regino de Souza Filho e Luzia Nogueira Neta. Adotaram como filha, Maria das Graças Nogueira. Hoje bem sucedidos, honram seus ensinamentos, vivenciando valores e princípios cristãos.

Para Nilza "Dona Zinha", um esposo exemplar! O companheiro fiel! Para os filhos, foi muito mais que um provedor de suas necessidades materiais, era o pai amigo, amoroso! Sempre presente na vida escolar, acompanhava seus filhos também em consultas, internações, viagens. Demostrava esse amor, não apenas em gestos de proteção e carinho, mas com palavras de incentivo, de reconhecimento, de forma oral ou escrita. Aqui, merece uma ressalva, os seus sobrinhos, desfrutavam deste amor, e muito se alegravam quando ele estava em uma festa, forró ou carnaval, pois sabiam que a animação era garantida e que nada lhes faltaria. Carinho, proteção, orientação, incentivo, respeito, compreensão, são algumas da formas que Adolfo usou para expressar seu amor por seus pais, irmãos, esposa, filhos, sobrinhos, primos, afilhados, amigos.

Aos 20 anos, ingressou na Polícia Militar de Pernambuco. Trabalhou inicialmente, por 08 anos, em Floresta, em seguida, foi transferido para Serra Talhada, onde, por um período de 08 anos, ficou no distrito de São João do Barro Vermelho. Através de um Ato Administrativo, do governador José Francisco Moura Cavalcanti, determinou a sua vinda para Custódia, em 1976. Acolhido pelo primo Zé Gomes Filho e sua esposa Elisabete Rafael Resende Gomes, foi por eles, apresentado a sociedade custodiense. Com residência estabelecida, trouxe a família, pois como todo bom sertanejo, sempre disse que não ficaria longe da mesma. 

Nesta cidade, trabalhou por mais de 15 anos. Ascendeu ao posto de Cabo e logo após ao de Sargento. Durante o exercício da profissão, foi dedicado e demonstrou amor ao Estado e notadamente a esta cidade, Custódia. Cumprindo deveres de cidadão, revestiu-se de bondade e soube dignamente, exercer a difícil e honrada missão de proteger nossa população. Destacava-se por seu jeito extrovertido, pelo companheirismo, desprendimento e honradez. 

O Tenente Bezerra, de Serra Talhada, Seu cunhado, Major Carlos Nogueira "Carlito", o primo Tenente Cirilo, Tenente Coronel Camilo Nogueira entre outros, foram referência em sua vida, incentivando, orientando, apoiando. E Adolfo, também foi referência para o irmão, o filho e três sobrinhos que seguiram carreira militar. A sua aposentadoria, deixou saudades e boas lembranças para seus superiores e colegas de farda, entre eles: Lourival Belarmino, (Lourinho), Constantino, Durval Barros, Pedro Víctor, Zé Gomes, Elecio, Constantino, Jerônimo, o compadre Zé Gremis. Outros irmãos de farda, como todos eram considerados por ele, já chamados para a Pátria Celestial, merecem ser lembrados neste momento: Cleomatos, Zé Nilton, Gilvan Veloso, Pedro Siqueira, Rafael e Otacílio.

Sua aposentadoria, não significou afastamento de trabalho, voltou pra roça, criava gado e ajudava o compadre Pedro Siqueira no plantio de tomate. 

Acometido da doença que o levou a morte, permaneceu até o fim, firme na fé e acolhendo a todos que se aproximavam dele. Rodeado da esposa, filhos, netos e alguns amigos, em 03 de julho de 2004, em sua residencia, Adolfo encerra sua missão aqui na terra e vai habitar no paraíso. Foi sepultado nesta cidade, desta vez foi a família que decidiu não querer ficar longe dele. Deste então, familiares e amigos, convivem com a saudade deste inesquecível “ser humano”.

Com uma história de vida que se notabiliza pelo heroísmo e desprendimento, honestidade e cidadania, amor a terra e a família, respeito as mais caras tradições morais, fez merecedor do respeito dos seus pares e de todos os seus conterrâneos.

Memorial realizado por seus filhos e familiares
Fotos: Acervo Familiar

Texto exclusivo cedido ao Blog Custódia Terra Querida

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5 Comentários

Unknown disse…
Tive o prazer de te conhecer, Sr Adolfo! Na época morava em custódia e estudava com a sua filha, Claudia Nogueira! ASeu Adolfo, homem de alma bondosa e generosa!
e Eu só tenho a agradecer a dona Zinha e seu Adolfo que muito ajudou meu pai; "SEU TUTINHA TUTINHA ( COVEIRO DA CIDADE)
Unknown disse…
Tive o prazer de te conhecer esse homem ilustre! Seu Adolfo, pai das minhas amigas de coração ( Claudia e Clélia) Eu agradeço de todi meu coração os enormes favores que fizeram para meu querido pai, SEU TUTINHA! Obrigada a todos da família Nogueira!
Anônimo disse…
Grande alma! Tive o prazer de te conhecer conhecer! E sou eternamente grata por tudo que fez por meu pai, TUTINHA
Afrânio disse…
Sr. Adolfo um exemplo de vida, quantas lembranças tenho dessa figura humana e engraçada.
Socorro Vieira disse…
Tive a honra de conhecer o Sr. Adolfo e compartilhar com ele e nossas famílias momentos inesquecíveis. Uma pessoa maravilhosa, bem humorada, alegre, que deixou muitas saudades! 💕🌷